Recém-saída do grupo Girls, a atriz e cantora Jeniffer Nascimento
lança um vídeo no Youtube, cantando “Impossible”. O hit de 2010 da
Shontelle, ironicamente, diz que “tudo que tínhamos acabou agora”.
Mas
Jeniffer escolheu a música por outro motivo – uma apresentação do Fifth
Harmony no “X-Factor EUA”. “Os fãs do Girls sempre pediam para fazermos
esse cover, mas acabou que não deu tempo de fazê-lo no grupo”, explicou
em entrevista ao POPLine. Com essa canção, ela acredita
que consegue mostrar melhor seu potencial para o grande público. Aos 21
anos, a paulista quer levar seu trabalho para quem ainda não o conhece.
“Apesar do Girls ter tido uma repercussão grande, muita gente também
nunca ouviu falar do grupo. Então, tenho que conquistar essas pessoas”.
Desde que a girlband teve seu precoce fim anunciado, Jeniffer não
parou. Pensando em gravar um EP, ela começou a compor suas primeiras
músicas, e retomou diversos cursos. “Sempre gostei de trabalhar e
estudar ao mesmo tempo”. Ela voltou para o balé, para as aulas de canto e
de piano, e começou a estudar violão. “Fiz piano por cerca de um ano e
meio, quando cursei canto lírico na UNESP, mas parei. Eu sei, mas tenho
que reaprender, porque piano é assim: tem que passar horas estudando”.
Seu foco agora é se preparar ao máximo para a carreira solo. Ela ainda
está descobrindo como será, mas quer investir no pop e na ‘black music’.
“Com dança, também. Quero fazer algo com dança”.
Foram os longos anos dedicados aos musicais que a acostumaram a
explorar seus múltiplos talentos simultaneamente. Jeniffer começou a
carreira aos cinco anos de idade, fez diversos cursos especializados, e
participou de grandes montagens brasileiras. Ela esteve em “Castelo
Rá-Tim-Bum”, “Hairspray”, “Mamma Mia”, “Hair” e “New York, New York”,
trabalhando com nomes como Miguel Falabella, Charles Möeller e Claudio
Botelho. Ainda criança, também gravou um comercial dirigido por ninguém
menos do que Fernando Meirelles. “Eu era muito pequena e não tinha noção
de quem ele era! Foi uma mega oportunidade”. Olhar o currículo dela é
redimensionar o tamanho da girlband em sua carreira – embora ela não se
desfaça do projeto do Rick Bonadio. “Sou super grata. Ele nos ajudou
muito. Quando que eu sozinha ia gravar um mega CD? Fazer clipes? Eu não
tinha condições. Não participava dessa realidade. No Girls, pude
realizar coisas que sempre quis e nunca pude fazer”.
Mas o grupo cantava músicas escolhidas por ele. Com a carreira solo, que tipo de repertório você pretende seguir?
Eu gosto muito do pop. Quero fazer uma linha pop ainda. Algumas coisas
dançadas, também. Só que agora quero colocar mais a minha verdade no
projeto. Sempre achei que meu forte era emocionar as pessoas, então
quero fazer pop, com letras com mais conteúdo. Além disso, quero puxar
também para o ‘black music’, que eu sempre gostei. Tenho algumas
referências de black.
E como está sua vida pós-Girls?
Recomecei tudo do zero. Com o Girls, tínhamos que ficar totalmente
dedicadas ao projeto, esperando algum trabalho acontecer, então não
podíamos fazer muitas coisas. E eu sempre gostei de trabalhar e estudar.
Lá, eu não conseguia fazer isso. Então, estou correndo atrás tudo de
novo. Voltei a fazer balé, aula de canto e de piano, que já tinha feito e
parei. Tô fazendo violão, academia… Dedicando-me ao máximo para entrar
em forma em tudo.
Muita gente conheceu você no Girls e pode achar que você
surgiu do nada. Só que você trabalha desde criança! Como foi esse
começo? Tinha artista na família?
Eu fui a primeira da família a decidir correr atrás. Meu pai sempre
gostou de arte, dançava jazz, fazia cover do Michael Jackson. Minha mãe
também gostava de dançar, mas era mais hobby. Nunca ninguém levou pra
frente. Eu fui criada nesse clima: meu pai me fazia dormir, dançando, no
colo, com as músicas do Michael Jackson, sabe? Foi uma coisa que já
nasceu comigo. Eu ficava em casa imitando a Xuxa apresentando o
programa. Pegava minhas bonecas e fazia as vozes ligando para as
pessoas… eu era doida! Com cinco anos, falei para minha mãe: “Eu quero
ir para a TV, me leva? Vamos para uma agência”. Foi assim. Meus pais
nunca me obrigaram a nada. Esse meio é cheio de mãe de Miss, né? As mães
que empurram os filhos para fazerem as coisas. No meu caso, era o
contrário. Eu sempre queria mais. Minha mãe dizia “Não, imagina, você já
está fazendo muito curso” e eu falava “Dá para fazer mais esse. Eu
aguento”.
Você trabalhou em grandes produções. O que aprendeu com Miguel Falabella, Charles Möeller e Claudio Botelho?
Tive muito pouco contato com o Charles e o Claudio, porque fiz a
montagem de [“Hair”] São Paulo. Eles chegaram meio que só no final. O
elenco veio pronto do Rio de Janeiro e eu fui uma das novas que
entraram. Mas é muito legal, porque mesmo os ensaios são um constante
aprendizado. Tanto o Miguel quanto eles são enciclopédias. A gente
aprendia muito sobre a história dos musicais, o que acontecia na época,
qual era a crise da sociedade… Sou muito ligada nisso. Acho que, para
fazer um espetáculo bem, você tem que saber tudo que estava acontecendo
na época. Tem que estudar tudo para executar o mais fiel possível.
Tem vontade de fazer mais musicais?
Ah, eu adoro musical! Pretendo fazer mais musicais, só que não é meu
foco principal agora. Se pintar um, legal. Mas quero correr atrás de
outras coisas. Graças a Deus, já tive bastante conquistas em musicais.
Já fiz seis grandes produções desde que comecei em 2007. Fiz um em
seguida do outro, então sou muito realizada nessa área. Agora quero me
realizar e outras áreas, como a música.
Como você idealiza sua carreira daqui pra frente?
Eu tenho buscado controlar minha ansiedade. Até o Girls foi um exemplo
disso. Não adianta querer fazer as coisas correndo desesperadamente. Às
vezes, é melhor ter mais tempo para construir algo mais sólido. Quero
ter um plano de carreira. Neste ano, quero começar a cuidar do
repertório para cantar em alguns lugares e ganhar mais o público. Apesar
do Girls ter tido uma repercussão grande, muita gente também nunca
ouviu falar do grupo. Então, tenho que conquistar essas pessoas.
Pretendo gravar um CD, quero fazer um projeto que tenha dança… Vamos ver
o que acontece, Brasil!
Pretende postar mais vídeos com covers, com relativa frequência?
Na verdade, não penso muito na frequência. Minha ansiedade para divulgar
o cover logo é porque, antes do “Fábrica de Estrelas”, eu não tinha
nada no Youtube. Eu era muito mais focada em musical e não participava
dessa realidade de Internet. Mas aí caí em mim e percebi que, se alguém
digita meu nome no Youtube, não tem algo legal, apresentável, que possa
ver o que sou capaz. O cover vem para isso. Mas não pretendo postar
muitos. Agora no início, estou pensando em postar, talvez, uma vez por
mês. Mas quero focar nas minhas músicas.
Você escreve?
Eu escrevo. Na verdade, comecei na época do Girls. Estou descobrindo meu
repertório. Comecei a compor com alguns amigos e estou correndo atrás
dessas coisas de música para poder lançar um single o mais rápido
possível.
Para você, esse momento é um recomeço ou a continuidade do trabalho que começou lá atrás?
Eu acho que é sempre o recomeço. Nossa vida tem várias fases, vários
ciclos. Quando um se fecha, outro se inicia. Lógico que agora, por todas
as outras que passei na vida, vejo as coisas de outra forma. Mas sempre
vejo como um recomeço, uma oportunidade de fazer um trabalho cada vez
melhor, a partir das nossas experiências.
fonte: Portal PopLine'
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